O tema pode surpreender e até estranhar aqui no Brasil, mas na Europa eles já são tradição: os museus corporativos. Eles ajudam a reunir e preservar a memória empresarial, reforçar ou reinventar a marca e, ainda, torná-la relevante para os stakeholders.
Quem afirma é Davide Ravasi, especialista em cultura e estratégia organizacional da Universidade Bocconi, de Milão, Itália, que esteve no Brasil na semana de 17 de outubro para ministrar um seminário e um curso organizados pela Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. O seminário, no dia 20, foi aberto, por sinal, no Instituto Votorantim, no centro de São Paulo, onde estão reunidos ícones da história desse importante grupo empresarial brasileiro.
A maioria dos museus é montada dentro ou próxima `as fábricas-sede das empresas. Ajudam a aproximar os visitantes da empresa e suas marcas. “Algumas organizações tornam-se verdadeiras instituições para a comunidade local, seus funcionários e clientes”, diz Ravasi, citando uma frase de Federico Minoli, CEO até 2007 da fabricante italiana de motocicletas Ducati: “O museu é o nosso templo”.
Isso porque a história da empresa e da marca, se bem contada, age no emocional das pessoas, fazendo-as se orgulharem e se sentirem parte dela. Além disso, o público passa a entender o que está por trás dos produtos, sua história e seu desenvolvimento. O resultado é o engajamento desses públicos, que apropria-se e torna-se defensor da marca.
Aprendendo com a própria história
Outra função é reunir e resgatar conhecimento técnico sobre o produto e a marca, com o objetivo de revitalizá-la, e, ainda, aprender com os erros. “Há conhecimento técnico, de design e da marca nos objetos da memória empresarial”, ensina Ravasi.
Essa estratégia foi empregada, por exemplo, pelo grupo italiano Piaggio, fabricante das emblemáticas Vespas, que precisou aprender com a sua própria história para rejuvenescer a marca, no final dos anos 90.
O espaço do museu corporativo pode ser usado para eventos, visando a estreitar e reforçar os relacionamentos com diversos stakeholders.
E quem não tem espaço ou recursos para montar um museu pode resgatar informações e fotos da história da empresa e produzir arquivos para postar no website corporativo, ou nas redes sociais, como Facebook, Twitter e YouTube. Um exemplo é o da Barilla, famosa pelas massas e molhos, interage e oferece receitas aos internautas no site, Facebook e Twitter da Academia Barilla.
Com espaço físico ou virtual, o fato é que a arte de contar as histórias corporativas está sendo valorizada pelas lideranças de algumas empresas que já enxergam o seu importante papel na estratégia de negócios.
Cristina muito legal o artigo. Eu visitei os museus da Ferrari em Maranello e da Ford em Dearborn e realmente você acaba criando uma identidade com a marca (não, ainda não comprei um F40). É muito legal descobrir na história de uma empresa que ela vai, muitas vezes, além dos produtos que nos ofertam. Seria muito se todas tivessem iniciativa.
Luiz, obrigada pelo comentário. Sim, quem sabe um dia as empresas no Brasil valorizarão o resgate de sua memória, como encontramos em organizações na Europa e nos EUA, Um abraço.
Cris, parabéns pelo ótimo texto e pela iniciativa de compartilhar esse conteúdo tão interessante! Abraços
Obrigada, Carol, pelo comentário! Um abraço, Cristina.
I,m glad you’ve liked it. Thank you, John!
Thank you!