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Aumento de produção de soja e carne não interferiu na redução do desmatamento no Brasil
Na Semana do Meio Ambiente, estudos internacionais parabenizam País pelos resultados de seus esforços no ambiente, sem prejudicar o desenvolvimento
Cristina Rappa
Esta é para comemorar! Um grupo de cientistas da União de Cientistas Comprometidos (tradução de Union of Concerned Scientists, UCS http://www.ucsusa.org/) divulgou na quinta-feira, 05 de junho, Dia do Meio Ambiente o relatório “Histórias de Sucesso no Âmbito do Desmatamento”, em que destaca o Brasil como líder nos esforços para redução do desmatamento. Com isso, houve uma queda de 19% nas emissões de gases do efeito estufa causados pela derrubada de florestas tropicais.
Com a redução de taxas de desmatamento na Amazônia de mais de 20 mil km2 os anos 1990 e na primeira metade dos anos 2000 (em 1995, chegou a 29 mil k2 e, em 2004, a 27,7 mil km2) para cerca 5 mil km2 em 2012 e 2013, o Brasil merece o reconhecimento.
“Não dúvida de que o Brasil é a nação que mais fez [para reduzir as emissões]”, diz o relatório a que o jornal Folha de S. Paulo teve acesso em primeira mão. “A velocidade da mudança, em apenas uma década, é impressionante”, continua a matéria do jornal paulista.
Mais soja e carne
Entre as iniciativas decisivas para esse avanço em prol do meio ambiente e do clima, o estudo cita as moratórias da soja (2006) e da carne bovina (2009) a compras de fornecedores em áreas desmatadas. Planos de governo durante a gestão FHC e Lula, o aumento do controle e a falta de aceitação por parte da sociedade do desmatamento estão ainda incluído no rol de iniciativas.
Para Doug Boucher, uma dos autores do estudo, a boa notícia é que “o relatório mostra que o desenvolvimento não é prejudicado pela queda no desmatamento”, referindo-se ao fato de o Brasil ter aumentado sua produção de soja e carne ao mesmo tempo em que reduziu as taxas de desmatamento.
Para fechar uma semana de boas notícias no âmbito ambiental, outra entidade internacional, a respeitada revista científica Science, publicou no dia 06, um estudo de 17 pesquisadores norte e latino-americanos que mostra que o Brasil conseguiu poupar, desde 2004, 86 mil km2 de matas nativas, reduzindo 70% no desmatamento e 1,5% das emissões globais de gases do efeito estufa em 2013. Ao mesmo tempo em que aumentou sua produção de soja, quase tirando os EUA da liderança, e de carne bovina.
Agora é continuarmos firmes na fiscalização e na conscientização de produtores e da sociedade, para que as taxas de desmatamento continuem a cair na Amazônia, e passar a zelar mais em outros biomas, como a Mata Atlântica, da qual restou apenas menos de 12% da área original.
Este artigo foi publicado no portal Sou Agro/Terra em 09 de junho de 2014.